terça-feira, 21 de julho de 2009

Para ter parto normal, grávida troca de médico

ANTÔNIO GOISda Folha de S.Paulo, no Rio

Quando engravidou pela primeira vez, Renata Rose, 35, que está grávida novamente, trocou de médico para garantir que sua opção pelo parto normal seria respeitada.

"Era meu ginecologista há dez anos, mas, quando fomos conversar sobre o parto, ele começou falando que o melhor era planejar o nascimento antes de 36 semanas, pois uma outra paciente que preferiu esperar perdeu o bebê. Achei aquilo um terror desnecessário", conta.

No caso de Paula Vargas, 28, o médico foi mais direto. "Ele me disse que não fazia parto normal porque o plano de saúde pagava apenas R$ 500 pelo procedimento."

Maria de Lourdes Teixeira, professora de ioga de Paula e Renata e que há 31 anos trabalha com gestantes, diz que as grávidas estão mais conscientes de seus direitos.

"Tenho conversado muito com as gestantes para não se colocarem numa posição de pacientes. Elas são clientes e têm direitos", diz.

Olivia Tolentino, 29, cujo filho nasceu no ano passado nos EUA, faz um relato diferente. Ela diz que a médica estranhou sua pergunta sobre o melhor tipo de parto.

"Ela me disse que a cesariana não era uma opção, mas uma indicação médica, e me alertou que o plano não pagaria o parto se eu fizesse cesariana apenas por vontade própria."

Olivia diz que várias amigas ficaram grávidas ao mesmo tempo no Brasil. "Me surpreendeu que, no Brasil, todas diziam preferir parto normal, mas, por algum motivo, fizeram cesáreas."

Pesquisa da Fiocruz com 430 mulheres atendidas em hospitais particulares do Rio mostra que, no início da gestação, mais de 70% diziam preferir parto normal, mas apenas 10% conseguiram.
 

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